Dados do Trabalho

Título

RETINITE POR CITOMEGALOVIRUS PRESUMIDA ASSOCIADA A ANGEITE CONGELADA APOS TRANSPLANTE RENAL

Objetivo

Relatar um caso de retinite por citomegalovírus (CMV) em associação com angeíte de vasos congelados em paciente transplantado renal em uso de terapia imunossupressora.

Relato do Caso

Paciente masculino, 39 anos, transplantado renal há 6 meses devido a nefropatia hipertensiva. Atendido em emergência oftalmológica com queixa de baixa visual aguda indolor no olho esquerdo (OE), com perda de hemicampo nasal há 5 dias. Negava manifestações sistêmicas ou outras queixas oftalmológicas. Em vigência de terapia imunossupressora com micofenolato de sódio, ciclosporina e prednisona 15 mg/dia, além de sulfametoxazol-trimetropima 400+80 mg/dia. Fez uso de aciclovir em dose profilática durante os primeiros três meses após o transplante. Apresentou acuidade visual corrigida (AVC) de 20/80 no olho direito (OD) e conta dedos em OE. Ao exame oftalmológico: sem alterações em segmento anterior. À fundoscopia, apresentava em OD retinite edematosa associada a vasculite congelada predominante em periferia temporal; em OE, lesão amarelada de necrose retiniana hemorrágica em padrão característico de retinite por CMV, com embainhamento vascular difuso e descolamento de retina seroso extenso. Iniciou ganciclovir endovenoso 5 mg/kg/dose, 2 vezes ao dia, com duração proposta de 21 dias. Houve regressão significativa do embainhamento vascular e demais lesões retinianas, com melhora da AVC para 20/60 em OD e mantida em OE.

Conclusão

Apresenta-se caso presumido de retinite por CMV, vírus frequentemente associado a manifestações sistêmicas leves e sem complicações. Quando considerados os imunossuprimidos, os relatos de literatura descrevem maior prevalência em portadores do vírus HIV. Neste estudo, destacamos a ocorrência de uveíte posterior por CMV em outras formas de imunossupressão, associada a vasculite retiniana grave e rara.

Área

Retina